sábado, 5 de novembro de 2011

Apologia

Apologia
De inicio quero deixar claro que isto se trata de uma apologia, ou seja, a defesa de algo, neste caso de uma idéia. Como toda defesa, esta também visa persuadir, induzir e influenciar.
Não é difícil chegarmos à conclusão de que vivemos num espaço e tempo profundamente influenciado pelo padrão de belo europeu. Este padrão de belo se manifesta na nossa forma de vestir, na nossa forma de falar, na religião que professamos, no discurso que acreditamos e preconizamos. Sendo assim, devemos saber que o que consideramos justo e injusto também passa pelo crivo desta influencia, que é também uma herança colonial e dos imperialismos.
Seria uma tarefa impossível tentar definir o que é a esquerda política, mas podemos falar de alguns aspectos que acompanham em menor ou maior graduação as diversas correntes de esquerda.
Há nas correntes de esquerda uma visível inclinação para o igualitarismo. Este igualitarismo pode se basear apenas no amor e na compaixão, entretanto pode se servir da construção dialética (vista como portadora de confluências, choques e transformações) de cada sujeito afim de provar que não há um sentido moral ou transcendente em beneficiar as pessoas de maneira diferente de acordo com o mérito (conceito perfeitamente discutível) presumido pela competitividade.
Levando em consideração o exposto acima quero convidá-lo e convidá-la a ser mais de esquerda, mais radical. O ponto de partida é o ponto onde você esta. Os temas mais criticados negativamente pelos oponentes da esquerda hoje – no Brasil - são sobre o MST, O Bolsa Família, O Prouni, as cotas raciais em universidades, a luta palestina (este internacional, mas manifesto aqui), a luta por melhor atendimento médico, o direito a água, o direito a moradia, o discurso da luta de classes, o discurso contra o neoliberalismo, etc. Cada um desses temas carrega, alem de suas particularidades, a anteposição entre dominadores e dominados. Em cada um desses temas poderíamos achar aspectos negativos nas forças agora tratadas por esquerda, mas inegavelmente as forças de esquerda atuam em cada um desses temas no sentido de melhorar a qualidade de vida de pessoas que muito precisam. Se há de fato uma herança das explorações dos estados de Portugal, Inglaterra e Estados Unidos sobre nosso território e em nossas mentes, a forma como avaliamos cada uma dessas lutas – lutas populares – é viciada no padrão, transformado, mas ainda vigente, de justiça conveniente aos interesses nos novos atores do cenário mundial, aqueles que Milton Santos chamou de hegemônicos.

Bibliografia:
SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização: do pensamento único a consciência universal. Rio de Janeiro,RJ: Editora Record, 2010

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens.

sábado, 3 de setembro de 2011

A Questão do Estado da Palestina

Este pequeno artigo trata sobre o comportamento dos Estados Unidos frente à decisão da Autoridade Nacional Palestina de submeter a ONU a legitimação do Estado da Palestina.

Muitas vezes temos dificuldade em aplicar os conceitos que aplicamos na História das relações entre países a nossa própria época. É como se os países fossem totalmente insensíveis e desleais nas suas antigas políticas, porém estas, deslealdade e insensibilidade, não se aplicariam hoje. Logo os organismos de regulamentação internacional seriam justos e imparciais hoje. Claro que isto não esta nem próximo da verdade, e podemos considerar este tipo de visão etnocêntrica temporal. Os mesmos interesses mesquinhos ainda atuam sob a forma de ideologia tentando disfarçar suas reais intenções. Este é o caso da questão do reconhecimento do Estado Palestino.
Os Estados Unidos da América do Norte, EUA, sempre apoiaram financeiramente e militarmente o Estado de Israel, mesmo quando este massacrava homens, mulheres e crianças palestinas, em troca de um bom ponto militar sob o qual pode interferir na região que é importante não apenas por seu petróleo ( Arábia Saudita, Iraque, Kuwait etc.) mas também por seu fácil acesso ao Mar Mediterrâneo e Oceano Indico.
Hoje (no ano atual) a Autoridade Nacional Palestina (ANP) quer submeter o reconhecimento de seu Estado a Organização das Nações Unidas, ONU, mas a política imperialista estadunidense, que sempre reservou farpas ao povo palestino, quer impedir este progresso básico para um povo.
Os Estados Unidos já haviam anunciado que vetara o pedido da ANP no Conselho de Segurança da ONU, uma vez que para que a decisão de reconhecimento do Estado Palestino aconteça, tal conselho precisa aprovar a decisão e os Estados Unidos são um dos países super poderosos com o poder de veto.
Vendo que sua imagem internacional pode ficar abalada os Estados Unidos ameaçam suspender a ajuda econômica dada a Palestina caso esta insista na tentativa de reconhecimento de seu Estado através da ONU. Essa é uma situação muito interessante ( e não estou sequer pensando na questão de que tal reconhecimento é incomparavelmente mais importante que a ajuda econômica ) e merece ser analisada atentamente.
Então o Estado mais poderoso do mundo ameaça boicotar um pequeno país caso este use os meios aceitos e incentivados pela maior parte dos países do mundo, inclusive os Estados Unidos, para tentar o reconhecimento da soberania sob esse pequeno território. Mais surpreendente se torna a questão quando lembramos que a requisição da ANP é apenas o reconhecimento da determinação da própria ONU.
O discurso adotado pelo presidente Barack Obama é de que a legitimação do Estado da Palestina com fronteiras estipuladas pela ONU, a saber, as fronteiras de antes da Guerra dos Seis Dias de 1967, não condiz com o exigido pela atual conjuntura. Neste discurso esta embutido a defesa de que Jerusalém seja capital religiosa única e indivisível de Israel e que as terras palestinas onde há colonos israelenses assentados devam pertencer a Israel. Portanto o que Obama parece levar em consideração é que a atual divisão da região configura a necessidade de um novo acordo a respeito das fronteiras de Israel, Palestina e talvez Síria. Isto por que Israel ocupa parte do que é considerado território da Siria, as Colinas de Golã. Porém podemos pensar em situação confortável e situação não confortável afim de incrementar a questão com uma justiça baseada em valores comuns a grande maioria das civilizações atuais. Decididamente a situação em que a maior parte dos palestinos vivem por conta da política expansionista de Israel, que sempre obteve a complacência dos Estados Unidos, deve ser considerada não apenas desconfortável, mas também indigna do ponto de vista das necessidades básicas do humano. Assim, os palestinos devem ter acesso a água, terra e possibilidades de transitar sob seu território. A pretensão de Edward Said de um estado que congregasse israelenses e palestinos vivendo em harmonia e dignidade é sem dúvida a solução ideal para a região, porém a dignidade do povo palestino hoje é dependente do reconhecimento de seu estado.


Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quem somos nos ?


Quem somos nos ?
Filmes pornograficos para um casto expectador ?
Tecnologia remota e inconpreencivel ?
Ofertas para pública real e digital ?
Politica do ID ?
Economia sem motivo ?
Um eterno bate - papo sem sentido ?


Este poema foi postado em 26.02.2008 no primeiro blog que criei. Chamava-se Elo de Ironias. Acho que eu não seria honesto comigo mesmo se eu não o publicasse aqui

Abraços

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Transgênicos: grande questão

Desde a Revolução Verde a Índia vem tendo cada vez mais partes de seu território cultivado por sementes transgênicas. Na verdade esse (a Índia) foi apenas o lugar onde se deu o começo maciço do agronegócio em sua atual formatação, aliada a sementes transgênicas e tecnologias de plantio e cultivo.
Hoje inclusive Brasil tem grandes partes de seu território de plantio ocupado por sementes transgênicas. Isto por que bem antes da rápida aprovação do uso de algumas sementes transgênicas no Brasil, boa parte dos produtores de soja usavam a sementes transgeneticamente modificadas.
Falamos de dois países considerados em desenvolvimento, mas muitos países de economias subdesenvolvidas também usam as sementes transgênicas. Não devemos esperar nestes maior controle do que o pequeno controle de Brasil, Índia e até Estados Unidos.
Apesar da necessidade de considerar os argumentos de que as sementes transgênicas podem reduzir o preço dos alimentos e elevar a produção agrícola, devemos lembrar de alguns aspectos importantes que, obviamente, nunca estão nas propagandas financiadas pelo lobby das empresas de sementes transgênicas.
Um desses aspectos diz respeito ao uso da água. Como as sementes transgênicas são criadas para suportar doses cada vez maiores de agrotóxicos, todos os países que tem o nosso modelo de agricultura baseado em uma espécie por muitos hectares -e fatalmente usaram agrotóxicos e sementes modificadas- contaminaram significativamente seus lençóis freático, seus rios, suas regiões costeiras, mangues e até aqüíferos. Não se trata de problemas isolados, mas comuns a todos esses países.
Outro grande problema é sobre a diversidade de sementes. Em todos os países onde o cultivo do agronegócio foi implantado foram extintas diversas outras espécies de plantas que serviam para a subsistência das populações locais. Desta forma temos dois grandes problemas. As populações que viviam nesses lugares perdem suas formas básicas de identificação com o espaço, e quase sempre o próprio espaço, além é claro do seu meio de sobreviver.
O outro problema é o propriamente o acima citado, ou seja, a diversidade de sementes. As sementes transgênicas são criadas para serem resistentes as mais diversas condições e ganhar o espaço que outras espécies ocupariam. Com isto grande parte da diversidade de sementes do lugar vai cedendo em espaço (também a captação de luz, outro aspecto espacial). Muitas vezes as sementes transgênicas invadem plantações onde as sementes não eram transgênicas, obrigando esses agricultores a se justificarem judicialmente ou a pagar os direitos da empresa que produziu a semente. Isto é muito recorrente nos Estados Unidos.
Lembrando que todos os aspectos citados acima são bem mais assustadores na realidade do que ao acompanhar estas linhas, podemos entrar nas questões de saúde. O já mencionado lobby dos transgênicos afirma que todas as sementes postas no mercado passaram por muitos testes, e se La chegaram, é por que não representam risco algum para a saúde humana. Muitos especialistas em saúde discordam dessa afirmação e ressaltam o fato de que as sementes passam apenas por testes conhecidos e mesmo esses testes são apressados para que o produto entre no mercado o mais rápido possível. Na verdade, existem muitas denuncias de efeitos alérgicos e cancerígenos em humanos causados por sementes transgênicas.
O argumento de que a produção transgênica pode diminuir a quantidade de famintos do mundo cai por terra quando lembramos que a produção mundial de alimentos é maior que a necessidade mundial de alimentos, assim, o problema é de distribuição e desperdício.
Com relação a distribuição devemos lembrar que os Estados Unidos consomem boa parte da produção mundial. Não se trata apenas de comer, se trata de oferecer uma quantidade enorme de comida para cada cidadão capaz de pagar por ela. Boa parte dessa comida será estragada, mas o preço monetário da comida estragada será revertido para aquele que consome ou diminuído daquele que produz.


Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens


Veja este artigo também em:

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

A esperança

O Partido Comunista Cubano quer levar a cabo uma reestruturação econômica que retirara grande parte dos benefícios básicos da população cubana. Não só a tão famosa caderneta para alimentos básicos poderá ser banida, mas também muitos empregos. Muitas estatais serão vendidas e ou perderam subsídios; empresas de economia mista serão criadas.
Sabemos que as empresas multinacionais teriam muito a ganhar se tiverem um exercito de reserva ao seu dispor (desempregados) afim de reduzir os salários.
Em momento algum devemos nos opor a transformação na ilha se essa for a vontade da maior parte da população, entretanto, não devemos deixar de observar que oque acontece na ilha não é um fracasso do Comunismo, e sim a vontade de uma população de experimentar algo que lhe parece bom. Menciono a importância de que a esquerda se posicione por que pode acontecer o mesmo que aconteceu nas republicas da antiga União Soviética, ou seja, um progressivo sucateamento que fatalmente levaria a revoltas e a abertura econômica. Não devemos subestimar o poder que o grande Capital teria de comprar esses governos afim de sucatear suas bases estruturais.
Embora queiram definir essa como mais uma medida em prol da revolução, nem o mais ingênuo é capaz de acreditar nisso. Claro que esta é uma abertura é um caminho para progressiva reentrada do capital e do capitalismo na ilha.
Alguns analistas argumentam que esse pode ser um reflexo da do que a pequena economia cubana representa. Claro que devemos rechaçar este tipo de argumentação uma vez que só leva em conta o tamanho e fluidez da economia e esquece o quanto de benefícios sociais os cubanos tiveram e tem em todo o período revolucionário.
Sem duvidar sequer um instante da importância de Fidel Castro para o Comunismo mundial, devemos ter em mente a possibilidade de que este mesmo não quis fazer tal reforma e deixou tal empresa para seu irmão. Assim, Fidel entra para a História sem essa grande macula.
Na minha modesta opinião, Cuba é um caso especial. Entrara para a História exatamente como ícone de referencia em revolução comunista!

Abraços! Os mais fortes!

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A esquerda de vanguarda

O leitor mais atento deve estar consciente da mais surpreendente inovação da política brasileira: o discurso da transformação do PSDB de um partido apoiador do liberalismo econômico em um partido mais de esquerda.
Não é novidade que figuras conhecidas como José Serra e Fernando Henrique já namoraram com as idéias marxistas. Porém o mais estranho aconteceu quando Alberto Goldman disse no programa televisivo Roda Viva que acredita num marxismo diferente e que este marxismo pode até trabalhar em junção com uma política neoliberal.
Embora Fernando Henrique Cardoso insiste que o PSDB deve tentar captar a nova classe média, Alckmin quer ampliar os programas sociais como o renda cidadã. Claro que toda esta movimentação dos tucanos esta associada a sua progressiva regressão no numero de eleitores e poder, fenômeno acontecido por conta da era Lula.
O PT por sua vez, embora tenha obviamente uma política mais social e distributiva, já faz parte dos grandes partidos do cenário nacional, ou seja, sujeito as mesmas pressões de grandes empresas.
Menciono estes fatos por que o rótulo de esquerda passa a ser cada vez mais situacional e passível de distorções. Embora precisemos apoiar os programas sociais –perfeitamente adaptados a estrutura capitalista- que melhoram a qualidade do nosso povo como o ProUni e O Renda mínima, devemos lembrar que resta ao humano preocupado com um futuro mais igualitário é uma esquerda de vanguarda desfragmentada.
Sabemos que os anos de lutas e conquistam garantem ao MST o titulo de movimento de esquerda de grande influencia, mas não garante as conquistas futuras. Ousaria dizer que os intelectuais dos pequenos, porém importantes, partidos de esquerda teriam um grande campo de união ao participar – ainda mais ativamente – da legitimidade cientifica do papel social que as reformas agrárias poderiam trazer a sociedade e a esquerda. Para aprofundar neste pensamento, devemos lembrar que o MST esta perdendo influencia entre alguns pensadores ( e ganhando entre outros é verdade) que sustentam que para se ter uma revolução mais eficiente é necessário modernizar o capitalismo. Então o trabalho que se apresenta não é o de desmentir essa questão, mas mostrar como a modernidade agrícola pode se fazer presente na luta do campo.
Outro dado importante a ser observado é que a esquerda de vanguarda se faz pouco presente dentro das periferias, residência dos que seriam mais importantes para esses partidos. Muitos programas de benfeitoria locais podem ser feitos nas periferias sem grande dispêndio de dinheiro, ao invés, força física e mental. Se posicionar contra as políticas assistenciais petistas frente a essas pessoas torna-se além de improdutivo, ilegítimo, haja vista a melhora na qualidade de vida dessas pessoas. Este mesmo habitante da periferia é capaz de analisar uma critica ao PT quando esta é pertinente.

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens

domingo, 10 de abril de 2011

Animais: a próxima questão

Carne a próxima questão
Além de Paul McCartney e Yoko Ono muitas outras pessoas deixam de comer carne. Uns por quererem se livrar do colesterol, outros por entenderem que os animais não deveriam ser criados para nos servirem de comida.
Comentar a pena que nos causa ver um rosto animal ao caminhar para o abate já não é necessário, pois é fato evidente e inegável, assim, vamos nos concentrar nos benefícios e malefícios a saúde humana.
O argumento mais usado pelos “carnívoros” é de que somente a carne possui a quantidade e variedade de proteínas necessárias ao bom funcionamento diário do corpo humano.
Já os vegetarianos alegam que não há um alimento completo, e que a completude se da com uma alimentação variada, assim, até mesmo a carne deixa de ser necessária.
Na realidade a questão nutricional é somente um dos campos em que essa batalha se trava. Batalha sim, e essa já esta sendo travada entre humanos. Não belicamente, mas através de propagandas e ideologias.
Ouço dizer aqui que esta será a próxima grande questão da humanidade. Próxima por que a atual é exatamente a exploração de um humano por outro.

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens

sábado, 9 de abril de 2011

Intolerância ignorante programada.

Muammar El Gaddafi é o responsável pelo mais novo embate entre as esquerdas. Alguns que se intitulam stalinistas (alguns não se declaram) argumentam que a mídia internacional esta distorcendo a verdade sobre a Líbia ( que não podemos confiar na grande mídia é muito obvio) e que se trata de mais uma agressão imperialista. Estes ainda escrevem que as rebeliões na Libia são motivadas por interferências imperialistas externas.
Com relação a Gaddafi (ou Caddafi) acho que podemos concordar (todos nós) que alguém que diz que a Al Qaeda colocou alucinógenos no leite das crianças de seu país não é alguém que preze pela inteligência deste mesmo povo.
Já alguns auto intitulados trotskistas (outros sem títulos) argumentam que a falta de Democracia deve ser combatida a todo custo, e seguramente Gaddafi não é visto por estes como legitimo defensor da Democracia. Devemos lembrar que muitos desses trotskistas deixam de reconhecer os óbvios avanços na Bolívia e na Venezuela.
Antes de continuar meu pensamento gostaria de deixar bem claro que tanto Estados Unidos como União Européia tem interesses econômicos na região e que os dados , mas também que o povo líbio também gosta de viver bem, e viver bem é sempre ter expectativa de se conseguir o que não se tem, seja liberdade de expressão ou pão.
Podemos perceber que ainda andamos em extremos, ou seja, que as esquerdas se apressam em enquadrar toda a complexidade da política em seus poucos rótulos, quando deveriam agir, como o próprio Marx recomendou, trabalhando de acordo com a situação, mesmo que tenha que se fazer aliança com um grupo de interesses políticos diferentes afim de derrotar um inimigo comum ao alcançar objetivos comuns. Então a questão não é somente as revoltas no mundo islâmico, mas sim a conversa entre as esquerdas.
Sobre esse ponto podemos analisar a política externa chinesa, mas isto é assunto para outro texto.
Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens

Açucar de chumbo

Quero agua doce
Quero o gosto da uva
Mas é veneno
Não venera o que aprendi
Nas guerras, na escravidão, na vida
Adeus açucar de chumbo
Talvez eu não fique louco
Talvez eu deixe de ser
Perdi o império que não conquistei
Trouxe um tempo obscuro

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Não não lugar

Não não lugar

Eu mudei mas, não morri
Contesto o destino:
Estou aqui:

A marca que a massa criou
Diz não
Num lugar virtual
Meu espaço é real
Pensante ser, na rede social

Seres mudos nos mudam
Sou moderno e não mudo
Naterra dos diamantes
Ou dos elefantes
Acordamos gigantes

Agora é não!
No lugar virtual
24/03/2011

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens

O que é a esquerda ?

É muito comum nos depararmos com situações em que reduzimos aspectos humanos de alguém afim de enquadrá-lo em determinado papel social.
Também é muito comum aplicarmos o famoso estereótipo a alguma situação, ou até a uma idéia.
Além dos problemas psicológicos decorrentes de querer se enquadrar em um grupo (se encaixar em um estereótipo) isso pode gerar separações desnecessárias.
É comum acharmos que o militante de esquerda é aquele que não gosta de consumir, que as vezes é dês-plugado das novas tecnologias, que defendem a economia acima de tudo (enquanto modo de produção e distribuição), que participa de passeatas, etc.
Ora, o sujeito que se classifica como alguém de esquerda pode ser anarquista e ler Bakunin, pode ser um acadêmico marxista, um professor comunista, o cidadão no ônibus que não se conforma com todas as injustiças cometidas contra seu povo ou o garoto mandando mensagens eletrônicas para milhares de pessoas da rede.
Se pensarmos um pouco, veremos que as características comuns entre as muitas correntes de militantes da esquerda (inclusive aquelas que não se perceberam ainda como corrente) são poucas, porém intimamente importantes.
Ora, todas essas pessoas de alguma maneira, acham que os benefícios gerados pelo trabalho coletivo devem ser distribuídos coletivamente.
A ultima grande ruptura da esquerda no cenário nacional, mostrou o quanto é ineficiente estereotipar. O PT, perdeu boa parte de seus membros por que fez alianças e concessões que desagradou boa parte de seus membros. O que vimos acontecer logo após essa ruptura, foi uma radicalização de ambos os grupos, os dissidentes e os que ficaram. A base desse grande partido poderia ter pressionado o governo (junto a outros partidos de esquerda) para que atuassem de maneira mais consoante com seus interesses, mas ao invés disso, essa base assistiu a implantação de um governo de cúpula, enquanto os dissidentes faziam criticas muitas vezes sem reconhecer as possibilidades de acordo.
Outra grande critica que se faz, aos comunistas, é que o comunismo não da certo e isso já foi provado pela URSS. Bem, não precisamos entrar em detalhes para chegarmos a conclusão de que a experiência comunista teve aspectos positivos e negativos em muitos países. Estamos falando da proposta de uma economia planejada, ou seja, temos a possibilidade de modificar qualquer aspecto antes de implantá-lo.
Outro fator de desentendimento entre as esquerdas é a indução a ignorância sobre muitos aspectos promovidos por jornais de partidos. Se analisarmos o Gramma Internacional, veremos que este é bem menos parcial do que a maior parte dos jornais de partidos nacionais. Isto acontece pela vontade de condicionamento dos nossos partidos a causas e visões especificas. Para ser mais claro, o jornal que ao invés de fazer uma análise mínima das instituições e dos papéis que cada pessoa pode exercer dentro destas, chama este ou aquele setor de reacionário ou burguês (homogeneizando a Policia, a Justiça, O Executivo) perde, neste momento, o poder de mostrar ao policial, ao juiz, ao prefeito, ao professor, ao empresário que este tem um papel social dentro da estrutura capitalista. Mais tarde este jornal pode perder também seu leitor e militante, quando este perceber que a vida é mais complexa do que a explicação que lhe foi dada.
É importante analisar que isso (a complexidade da vida) não diz que não existe luta de classes e uma apropriação da riqueza gerada pela força de trabalho, mas faz o militante perder o vigor.
Eloi Carvalho Torres é Homo Sapiens Sapiens