segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dinâmica Populacional

Existem algumas tendências da dinâmica populacional dos países no mundo capitaqlista. Entre essas tendências há a tendência de redução da taxa de natalidade e da taxa de mortalidade conforme o país se urbanizar.
Quando um país começa a se urbanizar, ou seja, quando a maior parte da população está deixando de ser rural para ser urbana (provavelmente porque o país está se industrializando) a populaçao começa a viver mais e a morrer menos.
Os processos/fatores que diminuem a taxa de natalidade são:

* Maior quantidade de métodos contraceptivos disponíveis
* Custo de vida mais caro na cidade
* Menores espaços de moradia no meio urbano
* Adiamento proposital do casamento e da decisão de ter filhos por parte dos mais jovens em decorrência das maiores chances de estudar e obter empregos melhores remunerados

Diminuem a taxa de mortalidade:

* A maior quantidade de hospitais
* A maior quantidade de vacinas
* A maior quantidade de estradas, ruas e vias em geral
* A maior constancia na alimentação

É preciso dizer que há fatores econômicos (além dos biológicos, sociais, culturais e até politicos as vezes) que fazem com que a população rural tenha uma quantidade maior de filhos. O principal fator é que cada membro da familia consegue produzir uma quantiudade muito maior de alimentos do que a quantidade que ele mesmo consome gerando assim um excedente agrícola que pode ser vendido afim de comprar oque falta na propriedade rural.

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens

terça-feira, 3 de julho de 2012

Agora minha escolha pelo moderno tem música de fundo


Retorno

Anuncio meu retorno
Mas agora quente, não morno
Ao meu tempo moderno
Mutável, nunca eterno
Ao meu lado neste campo de batalha
Sem separar pena e navalha
Ao meu lado da história
Aos números de IDH
A minha favela ainda moderna
Minha tocha, lampião e lanterna
Minha condição é real
Minha utopia racional
Meu mundo não é Quasimodo
Meu povo não pode esperar
Volto mais radical
Já que pão não é pedra!

Eloi Carvalho Torres

Engenheiros do Havaii -  Don Quixote:

quarta-feira, 28 de março de 2012

Educação em São Paulo: Caos

Qualquer pessoa que queira pensar a educação no Estado de São Paulo (na verdade em qualquer lugar do mundo) deve levar em consideração os aspectos culturais para tanto.
A cultura nas cidades grandes como São Paulo mudam muito rapidamente. Isto se deve a grande influencia da mídia que por sua vez é muito influenciada pelos setores econômicos, ou melhor, pelas necessidades de venda das grandes empresas.
As grandes empresas precisam mudar e criar culturas para vender seus produtos, uma vez que quem tem uma cultura muito definida tem, por conseqüência, uma forma especifica de se vestir, uma forma especifica de falar, formas especificas para viajar, pra resumir, formas especificas de viver. Quem vive de maneira muito especifica consome de maneira especifica, isto é incompatível com a necessidade de vender sempre mais das grandes empresas.
Através da mídia ouvimos músicas da moda, palavras da moda; vemos roupas da moda, cabelos da moda, carros da moda etc.
A grande influencia de programas como novelas e músicas da moda em nossas vidas nos fazem abandonar lentamente nossas tradições culturais. O abandono da nossa cultura implica no abandono da forma de ser, ou seja, no abandono de algumas formas de respeito, comportamento, consumo etc. em prol de outras formas de respeito, comportamento consumo etc.
Conseqüentemente o comportamento do aluno torna-se diferente em sala de aula. O aluno que há trinta anos acatava piamente as vontades e opiniões dos professores (isto é algo ruim é claro) quando nascido nas últimas duas décadas freqüentemente desrespeita colegas e professores. Isto evidentemente é algo ruim para a educação. Tal problema teria solução caso conseguíssemos diminuir a quantidade de alunos por sala de aula. Haja a vista que cada professor teria mais tempo para se dedicar a cada aluno.
Diminuir a quantidade de alunos por sala de aula no Estado de São Paulo não seria uma tarefa difícil caso houvesse vontade política para tanto, entretanto isso demandaria um investimento em Educação que apesar de ser possível e viável não parece interessar a quem ocupa o poder no Estado.
Outro aspecto importante a ser salientado é a enorme quantidade de diversões virtuais (podemos pensar os vídeos games nesse contexto também) disponíveis a maior parte dos alunos. Despertar a curiosidade de um aluno que tem acesso a internet (mesmo que através de uma Lan House) vídeos games modernos; músicas pornográficas; drogas licitas ou ilícitas torna-se muito mais difícil.
Tal problema também não seria de difícil solução caso os professores tivessem a sua disposição internet de banda larga, computadores e projetores em cada sala de aula; quadros de mapas e tabelas periódicas por sala de aula e tantas outras máquinas, equipamentos e engenhocas educativas.
Somos obrigados a reconhecer que a boa parte dos alunos da rede pública tem problemas familiares importantes de serem ressaltados. Muitas vezes seus pais não têm uma renda suficiente para manter e comprar as necessidades básicas da família; não conseguem planejar seus gastos; não conseguem planejar suas famílias; não tem apoio psicológico etc. Temos de lembrar que essa fragmentação cultural atinge todos da sociedade, inclusive os pais. Obviamente que pais em tal situação não conseguem acompanhar bem a vida escolar do filho e tampouco conseguem ajudar e incentivar seus filhos no âmbito educacional.
Os problemas relatados aliados a falta de investimento em educação no Estado de São Paulo tornam o contexto educacional caótico.
Outro grande problema é o salário recebido pelos professores que impossibilita que os mesmos tenham maior acesso a jornais, revistas, teatros, cinemas, palestras, cursos de extensão e especialização, programas de mestrado e doutorado etc. afim de manterem-se sempre próximos das questões e descobertas relevantes em sua área de atuação.
Na verdade boa parte dos professores dão aula em mais de uma rede de ensino afim de aumentar seus rendimentos.
Para finalizar o texto (sem falar de todos os problemas da educação) temos de falar a pequena verba que as escolas estaduais recebem para fazerem suas manutenções e comprar equipamentos. Isto torna os ambientes feios e pouco acolhedores a alunos e funcionários.


Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens.

sábado, 28 de janeiro de 2012

A perversão da opinião

“a Convenção ordenou que se devolvessem as terras comunais aos camponeses, mas unicamente nos lugares em que estes, revolucionariamente, já tinham, de fato, conseguido isso.” Piotr Kropotkin

Não é raro encontrarmos posições favoráveis ao despejo de milhares de pessoas de Pinheirinho. Este tipo de opinião deixa mostrar que não temos um pensamento social, mas pelo contrario, o pensamento da individualidade.
Não seria de se admirar que os pertencentes a uma sociedade não julgassem necessário que esta mesma sociedade protegesse os seus? É em troca dessa proteção que abdicamos do nosso livre arbítrio de fazermos o que bem entendermos para agirmos de acordo com as normas do bem estar social e da questionável ordem. Ora, se o principio básico desta relação -entre individuo e sociedade- que é de que a força da sociedade -neste caso representada pelo estado- não cumpre oque lhe cabe nesta relação, torna-se legitimo que o individuo em questão não respeite as todas as normas impostas a ele. De toda forma a Constituição brasileira é clara em seu artigo 6º:

“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”

No caso de Pinheirinho não precisaríamos sequer de recorrer a esta explicação, uma vez que o único credor da massa falida dona do imóvel era a Prefeitura de São José dos Campos. Se a empresa não faz uso social do imóvel a muito tempo, nada mais legal do que legalizar um uso social que já tem oito anos. A legalidade desta medida esta assegurada no artigo 5º da Constituição brasileira em seus parágrafos XXIII “a propriedade atenderá a sua função social” e XXIV “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição”
A desapropriação da massa falida era uma obrigação à prefeitura não apenas por que a área era, obviamente, de interesse social, mas também por que a massa falida deve 10 milhões de reais a prefeitura de São José dos Campos.
Seria um viável, porém doloroso exercício se imaginássemos como seriam as vidas daqueles que moravam em Pinheirinho se não tivessem construído naquele terreno. Ora, dizer que os habitantes de Pinheirinho não tinham legitimidade para morar naquele lugar equivale a dizer que estas pessoas não merecem ter direito a moradia, por que eles não podem comprar uma casa, haja vista que são pobres, mas isto implica não ter direito a educação também por que seria impossível alguém conseguir estudar sem ter um teto para abaixo dormir. Também seria dizer que quem é pobre não tem direito a saúde por que mesmo que você esteja doente somente terá um acompanhamento médico se tiver um comprovante de residência.
Imaginando a dor e o desespero que é o de correr o risco de perder sua casa é que podemos entender de onde os moradores de Pinheirinho tiraram forças para enfrentar policiais ordenados e dispostos a matar.
Sabemos que estavam dispostos a matar por que podemos ouvir os barulhos de tiros de pistola em muitos vídeos da desocupação, por que muitos policiais estavam sem identificação e por que havia inclusive policiais com pistolas e luvas nas mãos. Sabemos que foram ordenados a matar por que toda operação deste tipo tem o aval do governador.
Sabemos que muitos foram mortos por que 9 pessoas estão desaparecidas. A denuncia de que a policia estava seqüestrando corpos de mortos e feridos foi feita ainda durante a invasão da policia.

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens.

Bibliografia:
Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm
Acessado: 28/01/2012
Kropotkin, Piotr, O Estado e seu papel histórico. São Paulo: Nu-Sol, 2000.


Quer fazer alguma coisa a respeito dessa injustiça? Assine:
http://www.peticoesonline.com/peticao/manifesto-pela-denuncia-do-caso-pinheirinho-a-comissao-interamericana-de-direitos-humanos/353

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Selva de pinheiros

O pinheiro é uma arvore interessante. È natural de regiões mais frias, não da nossa calorosa e receptiva região. São plantas resistentes ao inverno, mas se espalham cada vez mais pelo território brasileiro. Ele pode ser um herói ou um vilão. Crava fundas suas raízes no chão para buscar água, e por isso salva muitas encostas do deslizamento. Entretanto a arvore também pode dominar uma grande região, sugando a luz solar e impedindo o crescimento saudável de outras espécies. As moradias do bairro Pinheirinho não tem apenas uma relação etimológica com os pinheiros, mas também uma história parecida, pois a acidez do solo em que surgiu a comunidade do Pinheirinho se deve as difíceis condições em que moravam aquelas pessoas: saneamento básico inadequado, moradias frágeis e pequenas onde espremiam-se crianças já responsáveis por seus irmãos, falta de transporte adequado e tantas outras mazelas reservadas aos mais humildes. La também cravaram fundas raízes difundindo seus hábitos, gostos, modo de falar enfim sua cultura. Estas pessoas deixaram de ser exóticas, como os pinheiros, fazem parte deste e daquele lugar. São algo novo, endêmico a esse lugar. São pinheirinhos! Lá moravam pedreiros, encanadores, domesticas, metalúrgicos, motoristas, frentistas etc. Entretanto nem seus direitos de humanos, nem seus papeis sociais foram respeitados no covarde ato de reintegração de posse ocorrido no dia 22 de Janeiro. O respeito ao humano deu lugar aos interesses políticos e financeiros, pois o terreno, por sua condição de grande devedor, deveria ser entregue ao programa “Cidade Legal” e, com isso, cumprir a função social da terra. O desembargador Rodrigo Capez – que é irmão do deputado estadual do PSDB Fernando Capez- foi pessoalmente a Pinheirinho afim de ordenar a continuação da operação mesmo contra a ordem da justiça federal de parar a ação. A OAB classificou a ordem da justiça estadual de São Paulo de ilegal por ter rompido o pacto federativo, uma vez que não aguardou a decisão do Supremo Tribunal. Na tentativa de destruir toda resistência, matar todas as raízes, ficou claro que a policia recebeu ordem para matar se fosse necessário, pois muitos policiais entraram sem identificação em Pinheirinho e em muitos vídeos se pode ouvir disparos de pistola. A OAB da cidade de São José dos Campos já reconhece “vários mortos” ao passo que o ativista Pedro Rios Leão diz que há denuncias de seqüestros de mortos e feridos pela policia afim de diminuir o numero de vitimas pinheirinhas. Todos nós somos pinheirinhos constantemente retirados de suas terra e realocados apenas pela força do vento e pela dinâmica da casualidade, falta-nos cumprir nossa função de vilões em prol do bem público.

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens.


Bibliografia da rede: http://pt.globalvoicesonline.org/2012/01/24/brasil-pinheirinho-massacre/ http://capez.taisei.com.br/capezfinal/index.php?secao=4&subsecao=0&con_id=4939 http://200.189.161.92/pt/247/brasil/37494/OAB-diz-que-houve-mortos-na-a%C3%A7%C3%A3o-em-Pinheirinho.htm http://www.youtube.com/watch?v=xVdsOIBtSow&feature=share

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Incertezas

Sabe caro leitor - Mister Nobody é você?- quando procuramos algo pra ler em livros ou na internet buscamos sempre por nomes que sejam referenciais. Sequer importa que o nome seja referencial em outro assunto, o buscamos ainda assim. Desta forma um blogueiro internacionalmente desconhecido como eu -é eu roubei isso de um piadista popular- se sente forçado a apelar a forças menos ocultas.
Tenho então uma importante questão: a quem ou ao que devo apelar? Tranquilamente podemos responder que podemos apelar a um escritor como José Saramago, a um pensador como Darcy Ribeiro ou a um compositor como Chico Buarque.
Talvez seja o nosso eterno coração de estudante – salve Milton Nascimento pelo caminho- querendo um respaldo. Já que começamos a falar destas referencias podemos introduzir a seguinte questão: por que nos parece que essas referencias sabem tudo sobre artes, ciência e filosofia? Será a nossa atual formação frágil? Incompleta?
Eu não poderia entrar neste assunto sem dizer que contextos sociais diferentes produzem pessoas diferentes, mas nunca sabemos como será essa diferença. Não podemos dizer que nossa atualidade, com pancadão de fundo musical, não produzirá algo importante e até progressivo historicamente.
Você pode estar se perguntando como eu conectarei tantos assuntos. Não conectarei, mas vou confessar que eu sabia qual vídeo postaria neste blog. Esta música- escrita por León Gieco- foi eternizada na voz de Mercedes Sosa, mas como o objetivo desta postagem é integrar:


sábado, 5 de novembro de 2011

Apologia

Apologia
De inicio quero deixar claro que isto se trata de uma apologia, ou seja, a defesa de algo, neste caso de uma idéia. Como toda defesa, esta também visa persuadir, induzir e influenciar.
Não é difícil chegarmos à conclusão de que vivemos num espaço e tempo profundamente influenciado pelo padrão de belo europeu. Este padrão de belo se manifesta na nossa forma de vestir, na nossa forma de falar, na religião que professamos, no discurso que acreditamos e preconizamos. Sendo assim, devemos saber que o que consideramos justo e injusto também passa pelo crivo desta influencia, que é também uma herança colonial e dos imperialismos.
Seria uma tarefa impossível tentar definir o que é a esquerda política, mas podemos falar de alguns aspectos que acompanham em menor ou maior graduação as diversas correntes de esquerda.
Há nas correntes de esquerda uma visível inclinação para o igualitarismo. Este igualitarismo pode se basear apenas no amor e na compaixão, entretanto pode se servir da construção dialética (vista como portadora de confluências, choques e transformações) de cada sujeito afim de provar que não há um sentido moral ou transcendente em beneficiar as pessoas de maneira diferente de acordo com o mérito (conceito perfeitamente discutível) presumido pela competitividade.
Levando em consideração o exposto acima quero convidá-lo e convidá-la a ser mais de esquerda, mais radical. O ponto de partida é o ponto onde você esta. Os temas mais criticados negativamente pelos oponentes da esquerda hoje – no Brasil - são sobre o MST, O Bolsa Família, O Prouni, as cotas raciais em universidades, a luta palestina (este internacional, mas manifesto aqui), a luta por melhor atendimento médico, o direito a água, o direito a moradia, o discurso da luta de classes, o discurso contra o neoliberalismo, etc. Cada um desses temas carrega, alem de suas particularidades, a anteposição entre dominadores e dominados. Em cada um desses temas poderíamos achar aspectos negativos nas forças agora tratadas por esquerda, mas inegavelmente as forças de esquerda atuam em cada um desses temas no sentido de melhorar a qualidade de vida de pessoas que muito precisam. Se há de fato uma herança das explorações dos estados de Portugal, Inglaterra e Estados Unidos sobre nosso território e em nossas mentes, a forma como avaliamos cada uma dessas lutas – lutas populares – é viciada no padrão, transformado, mas ainda vigente, de justiça conveniente aos interesses nos novos atores do cenário mundial, aqueles que Milton Santos chamou de hegemônicos.

Bibliografia:
SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização: do pensamento único a consciência universal. Rio de Janeiro,RJ: Editora Record, 2010

Eloi Carvalho Torres é homo sapiens sapiens.